quinta-feira, 18 de abril de 2013

A pele oleosa, suas características e tratamentos



Diversas categorias de ativos cosméticos podem ser encontradas no tratamento da pele oleosa

A pele é o maior órgão do corpo humano e em indivíduos adultos, pesa aproximadamente 17 kg, com uma superfície que chega a 2,0 m2. Trata-se de uma estrutura complexa constituída por camadas como epiderme e derme, que desempenham algumas funções como proteção, nutrição, absorção, entre outras.  É impermeável à água, impede a penetração de microorganismos e tem a capacidade de absorver radiação ultravioleta (UV) com participação na síntese da vitamina D. Contém vários receptores sensoriais e tem papel definido nos mecanismos de termorregulação e vigilância imunológica (BENY, 2000).
Na superfície da pele, há uma emulsão hidrolipídica, também denominada manto hidrolipídico, que impregna os corneócitos e na qual se dilui a maioria dos metabólitos da pele. É formada por uma fase aquosa, que provém da água do suor e da perspiração insensível, e uma fase oleosa composta pelos lipídeos produzidos pelas glândulas sebáceas, que provém do processo de queratinização epidérmica. O sebo representa 95% dos lipídeos da emulsão epicultânea. As variações de óleo superficial dependem, majoritariamente, da função das glândulas sebáceas, cujo número é variável em função da zona anatômica, sendo muito mais numerosas nas denominadas zonas seborreicas, tais como rosto, couro cabeludo e parte superior do tronco. O biotipo de pele oleosa é caracterizado por pele mais espessa, com abundante secreção sebácea, que lhe confere um aspecto brilhante especialmente na testa e no nariz. Apresenta orifícios pilossebáceos notórios, com tendência à formação de comedões, e o envelhecimento tende a ser mais lento que nos outros tipos de pele (Costa, 2012).
Um mecanismo para avaliação dos diferentes tipos de pele e suas alterações é a utilização da “Luz de Wood”, que permite avaliar alterações da face como hidratação, dermatoses, manchas e suas profundidades, ressecamento, oleosidade excessiva, dentre outros, representando um importante mecanismo de avaliação em clínicas de estética. Esta luz é obtida a partir de lâmpadas de vapor de mercúrio recobertas por um filtro de cobaltoníquel denominado “Cristal de Wood”, que permite a passagem de raios UV com um comprimento de onda que varia entre 380 e 330 nm. Estas lâmpadas podem ser portáteis ou aplicadas a lupas e ainda em equipamentos comerciais específicos. Regiões da face com presença de oleosidade excessiva apresentam fluorescência de coloração laranja sob a “Luz de Wood”.
BORGES (2010) descreve que os recursos para o tratamento das peles seborreicas são inúmeros, que vão desde o uso de cosméticos até aparelhos eletroterapêuticos. Mas a associação desses dois métodos tem produzido melhores resultados.
O grande objetivo dos cosméticos, atualmente é conservar ao máximo a integridade da barreira cutânea, que estando em condições ideais, mantém a lubrificação da pele, evitando sua desidratação, danificação e envelhecimento precoce, pela perda excessiva de água (SILVA, 2003; BLOISE, 2003).
Neste contexto a pele oleosa deve ser limpa com sabonetes ou outro limpador que seja facilmente removível com água, com efeito detergente moderado, ligeiramente antisséptico, com ação superficial, pH entre 4 e 5 e que deixe a pele suave. O requisito essencial é reduzir o excesso de sebo sem chegar a deslipidação, nem a desidratação.
Após a limpeza da pele oleosa, recomenda-se o uso de loções tônicas ou adstringentes, que são produtos cosméticos líquidos com a função de complementar a etapa de limpeza, além de ajudar a remover resíduos do sabonete de limpeza. Os adstringentes para pele oleosa apresentam alta concentração de álcool, que ajuda a remover o sebo que pode restar, mesmo depois da lavagem. Os sais de zinco e alumínio são os mais utilizados nestas preparações, em função de seu efeito antiseborreico devido à produção de influências elétricas por diferenças de potencial eletrofisiológicos nas glândulas.
Diversas categorias de ativos cosméticos podem ser encontradas no tratamento da pele oleosa como os alfa-hidroxiácidos, os beta-hidroxiácidos, os poli-hidroxiácidos representando os chamados “Peelings Cosméticos”. Destaca-se ainda os antisseborreicos  como o extrato de hamamélis, extrato de chá verde, dentre outros. Recomenda-se também a esfoliação mecânica desta pele com grânulos abrasivos sintéticos ou derivados de sementes e cascas de frutas. Este tipo de esfoliação contribui para a diminuição dos comedões e até a suavização da superfície cutânea. Já as máscaras faciais possuem propriedades antiestresse, adstringente, melhorando a aparência da superfície cutânea, removendo corneócitos superficiais, adsorvendo o sebo e até reduzindo os orifícios foliculares externos (Costa, 2012).
Finalmente nesta rotina de tratamento diário da pele oleosa, a fotoproteção é fundamental e necessária, utilizando-se produtos cosméticos a base de gel e gel-creme com FPS e PPD adequados.

Bibliografia Consultada:

BORGES, F. S. Dermato- Funcional: Modalidades Terapêuticas nas Disfunções Estéticas. 2ª Ed., Editora Phorte, p.287, 2010.
BENY, M. G. Fisilogia da pele. Revista Cosmetics & Toiletries. v. 12, n. 2 , p. 44-50, mar/abr, 2000.
SILVA, C. R. S. Biomiméticos com ativos da amazônia. Revista Cosmetics & Toiletries. v. 15, n. 5, p. 66-71, set/out. 2003.
BLOISE, M. I. Óleos vegetais e especialidades da floresta amazônica. Revista Cosmetics & Toiletries. v. 15, n. 5, p.46-49, set/out, 2003.
COSTA, A. Tratado internacional de Cosmecêuticos. 1ª Ed., Editora Guanabara Koogan, p.660-664, 2012.

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