quinta-feira, 27 de junho de 2013

Zinco no tratamento da Acne

Disponível: http://www.negocioestetica.com.br/zinco-no-tratamento-da-acne/

O zinco diminui a produção de sebo, um dos principais desencadeadores da acne


Já é bem discutida a influência da dieta e de determinados nutrientes na etiologia da acne. As principais evidências mostram que a dieta induz mudanças hormonais relacionadas ao aumento na oleosidade da pele e na homeostase de citocinas, que são um grupo de moléculas envolvidas no sistema imunológico, fatores estes relacionados no desenvolvimento da acne.
Em um estudo realizado com pacientes com acne foi observado uma concentração de zinco sérico menor do que nos pacientes sem acne, concluindo que a acne pode ser consequência de uma deficiência de zinco. Em indivíduos suplementados com sulfato de zinco e gluconato de zinco, foi observada uma melhora em relação a acne severa. Quando a suplementação de zinco foi comparada ao uso de antibióticos orais pareceu ser tão eficaz quanto, porém ainda não são considerados como a primeira linha de tratamento da acne (CORDAIN, 2005).
Muitos estudos observaram que na presença da suplementação de zinco houve a redução do Propionobacterium acnes, bactéria envolvida na patologia da acne, e de ácidos graxos livres na pele causados pelo excesso de oleosidade, principalmente porque este mineral inibe a lipase da bactéria P. acnes exercendo assim um efeito antimicrobiano (CORDAIN, 2005).
Além disso, o zinco tem ação anti-inflamatória na acne, pois é essencial para a enzima antioxidante SOD-1 (superóxido dismutase citosólica), responsável por reduzir o radical superóxido a peróxido de hidrogênio e oxigênio.
O zinco também diminui a produção de sebo, um dos principais desencadeadores da acne, inibindo a 5-alfa-redutase enzima, responsável pela conversão de testosterona em dihidroxitestosterona.
Outro efeito do zinco está relacionado emmodular a insulina. A hiperinsulinemia aumenta o IGF-1 que estimula a síntese de androgênios nos ovários e testículos, porém inibem a síntese hepática da globulina ligadora de hormônios sexuais (SHBG) e aumenta a biodisponibilidade de androgênios circulantes, ou seja, aumentam a concentração de testosterona livre e sua conversão em dihidroxitestosterona, aumentando assim a produção de sebo (BODEN, G.; SHULMAN, GI, 2002).
Acredita-se também que a cascata endócrina induzida pela alimentação com ingestão de carboidratos com alto índice glicêmico leva a uma hiperinsulinemia, causando todas as alterações já mencionadas (BARBIERI, R.L.; SMITH, S.; RYAN, K.J.,1998).

Portanto o Zinco apresenta as seguintes funções no controle da acne:

•   Efeito antimicrobiano (inibindo a lipase da bactéria causadora da acne)
•   Efeito anti-inflamatório (envolvido na enzima antioxidante SOD-1)
•   Efeito modulador da secreção sebácea (diminuindo a conversão da testosterona em dihidroxitestosterona pela inativação da enzima 5 α redutase)
•   Efeito modulador da insulina (diminuindo os efeitos dos hormônios andrôgenos estimulados pelo aumento de IGF-1)
As principais fontes alimentares de zinco são: ostras, carne vermelha, semente de abóbora, amendoim, oleaginosas, grãos integrais, e fígado de frango. Porém devem ser ingeridos longe de alimentos fontes de ferro e cobre, pois estes minerais diminuem sua biodisponibilidade.

Estudo de caso


A. Z.  17 anos. Apresentando acne vulgar, hereditária, grau III. Tratamento: In e Out, com tratamento em cabine. 20 sessões semanalmente – 4 limpezas de pele e as demais sessões aplicação dos produtos anti-acne. Uso por 90 dias de um suplemento alimentar para acne com zinco quelado na sua composição.

Bibliografia

BARBIERI, R.L.; SMITH, S.; RYAN, K.J. The role of hiperinsulinemia in the pathogenesis of ovarian hyperandrogenism. Fertil Steril, vol. 50, pg. 197-212, 1998.
BODEN, G.; SHULMAN, GI. Free fatty acids in obesity and type 2 diabetes defining their role in the development of insulin resistance and betacell dysfunction. Eur J. Clin. Invest, vol. 32, pg: 14-23, 2002.
CORDAIN, L. Implications for the role of diet in acne. Semin Cutan. Med. Surg. Vol. 24, p. 84-91, 2005.

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