sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Doença de verão, fuja desse mico!



Disponível: http://boaforma.abril.com.br/comportamento/saude-mulher/doenca-verao-fuja-desse-mico-525911.shtml

Junto com o sol, a estação traz doenças oportunistas que podem encurtar ou até acabar com as suas férias. Para sair da mira, listamos os problemas mais comuns nessa época, o que fazer para se livrar deles e, o melhor de tudo, como evitá-los

Bicho geográfico

A causa - É nas fezes de cães e gatos que se encontra o parasita responsável pela doença conhecida como bicho geográfico. Como muitas pessoas levam seus animais à praia, a areia acaba se tornando um foco de contaminação – prato cheio para as larvas do gênero ancilóstomo penetrarem na pele. Os pés costumam ser o alvo mais fácil, mas mãos, pernas, bumbume barriga também podem ser afetados.

Os efeitos - “A pessoa sente uma coceira insuportável e só consegue enxergar uma erupção saliente”, explica a dermatologista Ana Maria Rachou, do Hospital 9 de Julho, em São Paulo. No começo, o bicho geográfico parece uma picada de inseto. Depois é que ele começa a fazer um caminho, deixando na pele uma linha avermelhada.

O tratamento - É preciso procurar um médico, que vai receitar medicamento oral ou tópico, e evitar o sol até que as lesões desapareçam.

Como prevenir - Sempre que possível, circule pela praia de chinelos. Se caminhar na areia ou na beira da água descalça, lave os pés depois com água doce, de preferência fria. Muito cuidado também na hora de sentar ou deitar para tomar sol: use uma toalha limpa ou até mesmo a canga para evitar o contato direto com a grama ou a areia. Além disso, vale o bom senso de não levar animais à praia.

Conjuntivite

A causa - É uma inflamação da conjuntiva, membrana transparente que reveste o globo ocular e a parte interna da pálpebra. Existem três tipos de conjuntivite: química,alérgica ou infecciosa (viral ou bacteriana). A primeira é causada por alguma irritação, como o contato dos olhos com xampu, cloro da piscina ou material de limpeza. A alérgica é comum em quem tem alergia a poeira ou pelos de animais. Na infecciosa por bactérias, a contaminação acontece principalmente em águas sujas, como praias poluídas ou piscinas sem manutenção adequada. A viral vem associada a gripe ou resfriado.

Os efeitos - Os mais comuns são coceira, vermelhidão, lacrimejamento, sensação de areia, desconforto à luz, visão embaçada e inchaço nas pálpebras. Na infecciosa, aparece secreção amarelada ou pus. “Vale lembrar que os sintomas da conjuntivite são parecidos com os de outras doenças oculares. Daí a importância de consultar um especialista”, avisa a oftalmologista Luciana Guimarães, da Quality Estética e Saúde, no Rio de Janeiro.

O tratamento - Assim como na gripe, apenas os sintomas podem ser aliviados. Compressas de sorofisiológico gelado amenizam o incômodo e diminuem o inchaço (não use o mesmo algodão nos dois olhos). A fitoterapia indica compressas com chá de camomila, já que a planta contém alfabisabolol e camazuleno, substâncias anti-inflamatórias. Especialistas recomendam evitar a exposição ao sol. A conjuntivite bacteriana é a única que exige tratamento com antibióticos em forma de colírio.

Como prevenir - Não coçar os olhos, lavar as mãos com frequência, trocar a fronha e a toalha de rosto são medidas simples que evitam o contágio.

Herpes

A causa - O vírus do herpes é oportunista: adormecido no corpo, espera a imunidade baixar para aparecer. E o verão é uma brecha e tanto, já que os raios solares enfraquecem o sistema imunológico e facilitam o aparecimento das feridas. O herpes do tipo 1 costuma causar lesão nos lábios, na face ou no nariz. O do tipo 2 está associado principalmente à região genital.

Os efeitos - Primeiro, surge uma coceira. Depois, a vermelhidão e, por fim, pequenas bolhas que doem e viram feridinhas. “Nos casos mais graves, há mal-estar e febre”, completa a dermatologista Ana Maria Rachou.

O tratamento - Os médicos recomendam comprimidos ou pomadas com princípios ativos para inibir a ação do vírus. Em casos doloridos, há a necessidade de associar anti-inflamatórios. Além disso, lave a área e não mexa na lesão, para não contaminar outras partes do corpo. Compressas de água boricada podem amenizar o incômodo. Há uma vacina contra herpes, mas o objetivo não é evitar o contágio, e sim espaçar as crises. A eficácia, porém, depende da imunidade de cada mulher.

Como prevenir - Manter a imunidade em alta ajuda a afastar o vírus. Do ponto de vista nutricional, o herpes está relacionado à falta de zinco e de vitamina E. Então, aposte em alimentos ricos nessas substâncias, como soja, nozes ou semente de girassol, e tome sucos verdes, com couve, escarola ou salsa batidos com cenoura e maçã, para desintoxicar. Usar filtro solar labial também é importante. Como a doença é contagiosa, não divida o mesmo copo, toalha ou batom. Não esqueça que você pode se contaminar pelo beijo ou relação sexual, inclusive quando não há feridas.

Candidíase

A causa - O fungo Candida albicans é o responsável pela infecção que atinge as partes mais quentes e úmidas do corpo, como a região genital. No verão, a roupa de praia molhada ou úmida favorece a proliferação do fungo.

Os efeitos - “A candidíase pode causar desde ardor para urinar e vermelhidão até coceira, corrimento esbranquiçado e inchaço na vulva”, conta a ginecologista Patrícia De Luca, de São Paulo.

O tratamento - Feito o diagnóstico, o médico prescreve um antifúngico oral ou tópico. Uma receita simples ajuda a aliviar o desconforto: misture uma colher de sopa de bicarbonato de sódio em 1 litro de água morna e faça um banho de assento de 15 minutos. Homeopatas recomendam remédios à base de hortelã-pimenta (equilibra a flora bacteriana), de melaleuca (possui ação antifúngica) e de tília (fortalece a imunidade).

Como prevenir - Use calcinha de algodão. Modelos de lycra não absorvem a transpiração, deixando a vagina quente e úmida. Biquíni molhado também gera o mesmo problema, assim como o uso diário de absorventes (fora do período menstrual). Evite lavar essas peças no chuveiro e pendurá-las no banheiro. O local é úmido e colabora para o surgimento do problema.

Micose

A causa - O calor e a umidade formam o ambiente ideal para os fungos responsáveis pela micose darem sinal de vida. É por isso que essa doença aumenta no verão, quando transpiramos mais. Conhecida como pano branco, atinge qualquer parte do corpo, dos pés à cabeça.

Os efeitos - Pequenas manchas brancas arredondadas e coceira no corpo e na cabeça são os sintomas mais comuns.“Mas descamação leve, seborreia, vermelhidão e queda de cabelo às vezes aparecem”, diz a dermatologista Ana Maria Rachou. Sem contar que o problema pode surgir entre os dedos dos pés (frieira) e até nas unhas. Apesar dos incômodos, o fungo da micose não traz danos maiores à saúde.

O tratamento - Quando a área afetada é grande, geralmente o especialista prescreve remédios via oral. Se for localizada, como nas mãos ou nos pés, basta usar creme ou spray antimicótico. A fitoterapia sugere o tratamento com plantas ricas em enxofre, como a calêndula e a tuia. Na forma de tintura, o extrato deve ser aplicado sobre as manchas brancas. O enxofre – apesar de não cheirar bem – também tem propriedades fungicidas que regeneram a pele. A recuperação é rápida, no entanto é importante seguir as recomendações médicas até o fim do tratamento para que a lesão não volte a aparecer.

Como prevenir - O essencial é manter as unhas limpas e cortadas e não remover totalmente as cutículas, pois elas protegem pés e mãos dos fungos. Outra providência é montar o seu kit de manicure. Além dos alicates, as lixas e o palito devem ser só seus. Evite andar descalça em lugares públicos (principalmente na praia, porque a areia é foco de contaminação pela umidade)e não esqueça de usar chinelos em vestiários. No verão, prefira sandálias fresquinhas. Meias e tênis deixam os pés úmidos. Opte por calcinhas de algodão e tire o biquíni molhado assim que chegar da praia ou sair da piscina.

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