quarta-feira, 23 de março de 2011

Cartilha para cirurgia plástica

Manual orienta médicos e pacientes a exigir segurança na cirurgia plástica
A cartilha diz que pode ser perigoso fazer muitas plásticas de uma vez só. Antes de mais nada, hospitais e clínicas devem exigir um check-up geral.


Disponível: http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2011/03/manual-orienta-medicos-e-pacientes-exigir-seguranca-na-cirurgia-plastica.html

Tem gente que exagera: de uma vez, quer mudar boca, nariz, olho, barriga, peito, braço... O pagamento ficou mais fácil nas clínicas de cirurgia plástica, e aí as pessoas se empolgam e se esquecem de escolher bem o local da cirurgia. Por isso, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica resolveu intervir.
Um manual vai ter orientações para os médicos, porque aí o paciente exagerado poderá até pedir, exigir e implorar, mas caberá ao médico ter bom senso e ser profissional. Com o manual, a Sociedade Brasileira de Cirúrgia Plástica quer tentar prevenir acidentes.
Será um manual de recomendações para os médicos e vale como um alerta para o paciente.

“Ele vem com aquela ideia de beleza, aquela ideia de melhorar seu astral, aquela ideia de melhorar o seu corpo. Ele chega e propõe melhorar o rosto, operar as mamas, operar o abdômen ou fazer lipoaspiração e lipoescultura”, conta o anestesista Geraldo Guttenberg.

A cartilha diz que pode ser perigoso fazer muitas plásticas de uma vez só. Antes de mais nada, hospitais e clínicas devem exigir um check-up geral. “A gente tem muito disso: o paciente não quer fazer os exames acreditando na sua boa saúde”, diz o dono da clínica, Luís Cláudio Miranda.
Mas, para a segurança do próprio paciente, é preciso fazer exames de sangue, urina e do coração. A bancária Vanessa Ramos nem se importou de fazer mamografia antes de operar os seios e escolheu uma clínica como sugere a cartilha, com estrutura para evitar complicações.

“Quando você entrar na clínica, você procura saber se a clínica tem UTI, você busca saber se a clínica tem próximo dela ou até mesmo dentro dela um banco de sangue”, comenta a bancária Vanessa Ramos

O cirurgião deve ter sempre outro médico ao lado, e não só um enfermeiro. É recomendado que o anestesista fique na sala de cirurgia enquanto durar a operação. A cartilha sugere que o médico avalie bem cada situação antes de fazer a plástica. Por exemplo: pacientes jovens demais não devem operar o seio, porque o corpo ainda vai mudar muito.

“Vamos fazer um manual um pouco mais abrangente, com princípios éticos e princípios científicos. São as normas para prevenir os acidentes”, afirma Sebastião Guerra, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.

A cartilha deve ser lançada no segundo semestre desse ano. Os cirurgiões não serão obrigados a seguir as orientações. Mas, em caso de complicações, só terão respaldo da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica se cumprirem o que foi recomendado.
Para a maioria dos cirurgiões, na prática o manual vai forçar os médicos a aumentar a segurança. “O juiz, ao julgar um caso médico, ele vai buscar as normas de funcionamento, as normas que o Conselho Federal de Medicina determinou para aquele procedimento. Isso passa a ser uma exigência legal”, disse o cirurgião plástico Carlos Carpaneda.

O manual vai ter outras orientações. Antes do lançamento, vai ser analisado pelo Conselho Federal de Medicina.

Nenhum comentário: